Como registrar seu livro na Biblioteca Nacional – A aventura (Parte 1)

Por Karen

Eita que esse título tá mais parecendo filme da seção da tarde. Mas é verdadeiro, minha gente. Eu estou passando por essa aventura e, bem, é “parte 1” porque ainda não chegou ao final…

Desculpem o sumiço, mas é que ando fazendo várias coisas ao mesmo tempo, passei por várias outras aventuras, enfim, daqui a pouco dá pra escrever um livro disso tudo aí, mas como esse blog é um blog sobre as aventuras das minhas personagens e não as minhas aventuras, essa é a história do meu livro “Alameda dos Pesadelos” – e como estou registrando-o. ‘Bora lá contar hoje pra vocês como se faz para registrar um livro, então?

A primeira coisa é ter (douh!) o seu livro ponto, terminado, devidamente revisado. No meu caso, eu terminei o meu, como vocês sabem, revisei-o sozinha todinho, e depois passei para três pessoas: meu marido, a Nik e a Mel. Bem, meu marido, é meu marido né, gente? Ele leu e me deu todo o apoio, falou algumas coisas que eu teria que consertar, mas ele é muito coruja. Já a Nik e a Mel foram objetivas, corrigiram uma quantidade enorme de erros – seja de estilo, gramática, coerência – e me devolveram um livro muito mais apurado do que eu as enviei. Feito isso, mais uma mexida ali e outra acolá, eu cheguei a conclusão: terminei e agora?

Pois é, meu amigo, aí começa o maior trabalho. Primeira coisa: nunca, jamais, em hipótese alguma, envie um livro seu para algum lugar sem antes tê-lo registrado. Contos, crônicas, mini-contos, beleza (mas mesmo assim tome cuidado), mas não um livro em que você gastou horas e horas, dias e dias, talvez meses ou anos da sua vida se dedicando. Esse é o seu trabalho, sua imaginação. Preserve-o. E o único jeito é registrá-lo.

Aqui no Brasil esse trabalho é feito pela Fundação Biblioteca Nacional, que possui escritório apenas e tão somente no Rio de Janeiro. Portanto, se você não é de lá – como eu – prepare-se para ir ao correio e largar um dinheirinho lá (dependendo do tamanho do seu neném literário). Eu deixei 15 reais, isso sem contar a impressão, que consegui de graça, ainda bem. Na verdade, vou abrir um parêntesis aqui e dizer o quanto eu acho ruim termos, em um país tão grande como o Brasil, apenas um escritório da Biblioteca Nacional. Somos um país com proporções continentais, deveria haver mais escritórios, em outras capitais, para facilitar o processo, afinal a bilioteca possui vários serviços, mas só no de registro que é o que estamos falando aqui, eles registram desde livros até músicas, artigos, traduções, trabalhos, enfim, uma infinidade de coisas. Facilitar esse processo que é primordial seria um baita incentivo para a cultura, não, Brasil?

Enfim, você tem o seu livro, você o imprimiu todinho, em formato A4, com as páginas numeradas (anotem, porque isso é importante), com uma fonte legal, de fácil leitura (nada de colocar Lucida Handwriting, ok?), um espaçamento que deixe a leitura fácil. Aliás, recomendo fonte Times New Roman, número 12, espaçamento 1,5 cm (é o que várias editoras solicitam). Você encadernou todo esse monte de folhas e uhu!, você pariu seu filhote impresso. Lindo, não? (eu achei lindo, pena que não tirei foto pra vocês verem… fiquei tão emocionada que esqueci! Mas vou tirar quando fizer isso de novo, pra enviar pra editora e tal) E agora, o que fazer?

Você vai acessar o site da Biblioteca Nacional e vai seguir o caminho, desde a barra lateral esquerda: Serviços a Profissionais – Escritório de Direitos Autorais – Registro ou Averbação. Você vai cair nessa página. Aqui, você vai ler todas as instruções e vai baixar o arquivo .pdf do Formulário de Requerimento de Registro ou Averbação. Esse formulário é simples de preencher (mas como marinheira de primeira viagem eu ainda tenho minhas dúvidas se fiz certo…) e vai contar nele um pouco do seu livro e seus dados pessoais. Recomendo ler atentamente esse documento aqui Procedimentos para realizar pagamento e encaminhar o pedido de registro ou averbação, que explica mais coisas sobre o processo e o que você tem que fazer.

Basicamente, todo o seu original deverá estar com as páginas numeradas, rubricado e de preferência com sua assinatura no final (apesar de que no site da BN não diz isso). Você irá enviá-lo para o endereço da biblioteca no Rio, pelos correios (o endereço está no site da BN), juntamente com o formulário de requerimento que preencheu, cópia do RG, CPF, comprovante de residência e o comprovante original de pagamento da GRU. O que é GRU? É a Guia de Recolhimento da União, é o pagamento que você faz para poder registrar a obra. Mas não se assuste, são apenas 20 reais. Esse pagamento deverá ser realizado no Banco do Brasil, e você pode imprimir a GRU nesse link Impressão de GRU.

Bem, depois disso eu enviei tudo isso para o Rio de Janeiro, e lá está. Enviei no dia 19 de março, e ainda não tive resposta. O prazo é de três meses (O_o), então estou aguardando (e roendo as unhas, porque quero enviar logo para as editoras que selecionei). Mas, paciência. Apenas espero que esteja tudo certo. Enviei um e-mail solicitando o andamento do processo, e me informaram que ele foi protocolado no dia 04 de abril, enviaram-me o número do protocolo, avisaram que enviariam a Certidão de Registro pelo correio e pediram que eu aguardasse. Então, é isso que estou fazendo… aguardando.

Enquanto isso, vou escrevendo. E no momento – ok, vocês não vão acreditar – estou escrevendo um livro infantil. E não é o primeiro. Mas isso é história para outro post.

Espero que as dicas tenham ajudado vocês (ou alguém que passou aqui desavisado) em alguma coisa, ou ao menos tenham sido informativas sobre um pouco do processo da criação de um livro. Grande parte desse conhecimento que eu tenho, além da minha experiência errante, veio de uma autora super querida, que posta vários tutoriais no Youtube sobre a arte da escrita (e a burocracia também). O nome dela é Lycia Barros, e ela tem esse canal que eu super recomendo no Youtube, chamado Papo Literário, dá palestras (nessas horas – e na hora do registro – eu queria morar no Rio) e, claro, escreve livros super bem aprovados por leitores e pela crítica. Ainda não tive a oportunidade de ler seus livros, mas com certeza eles já fazem parte das minhas metas literárias.

O vídeo que eu vi da Lycia explicando sobre o tema desse post está logo abaixo e eu recomendo que assistam, porque é muito, muito bom, e também visitem o canal dela, pois lá tem vários outros vídeos ótimos.

E até a próxima, pessoal!

Comments
10 Responses to “Como registrar seu livro na Biblioteca Nacional – A aventura (Parte 1)”
  1. Melissa disse:

    Adorei esse post! 🙂 Super útil, super simples, do jeito que a gente precisa!

    Então, eu preciso fazer esse registro de um livro que tenho aqui e ainda tenho a questão do livro novo. Confesso que estou um pouco desorganizada, mas quero mandar os dois livros que já tenho prontos pro registro antes das férias de julho. Mas estou com tantos projetos por aqui… hehehehehe

    Kakazinha, valeu pelo post! Tenho certeza que vai ajudar não só a mim mas a muita gente também. 🙂

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  2. Karen Alvares disse:

    Ah, Mel, que ótimo que foi útil pra você! E cara, a gente fica tão receosa com essas coisas. Eu só vou sossegar quando receber a minha certidão. Tô morrendo de medo de ter feito algo errado e ter que mandar tudo de novo… E eu quero o rgistro porque apareceu uma oportunidade outro dia, e o pessoal exige registro, e não vale a o protocolo só! Oh, dorgas! >.<

    Menina, eu te entendo com esse negócio de "muitos projetos" hahaha… Enfim, quanto antes mandar, antes você recebe seu registro (mas demora pacas!). Não sei se é porque é o primeiro, ou se porque estou longe. Enfim… E ah, estou chegando no final do seu livro, garota. E o quequequeéque você tá fazendo comigo me matando desse jeito?! hahahahahaha

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  3. Aluisio Nogueira disse:

    Oi Karen, peço sua ajuda, por favor: Terminei meu livro e agora preciso registrá-lo na BN. Só me restou dúvida em relação ao envio do material: – Como devo imprimir o livro para o envio a BN? Precisa ser no formato do livro, já que eles pedem número de páginas? Papel A4? Frente e verso? posso imprimir Paisagem com 4 páginas por folha (nesse caso, frente e verso)? enfim, peço suas dicas, porque meu livro tem 400 páginas no formato livro, assim não posso errar, não é? Muito obrigado e parabéns pelo livro e pelo seu blog.

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    • Karen Alvares disse:

      Olá Aluisio!
      Você deve imprimir todo o livro em folha A4, só a frente da folha (não pode imprimir frente e verso jamais). Não pode ser 4 páginas por folha também. A orientação é retrato. Não tem problema se o número de folhas que der para você der mais ou menos pra eles. Uma boa formatação é Times New Roman tamanho 12, espaçamento duplo, margens 2,5. Rubrique todas as folhas e assine a última. Confira tudo direitinho antes de enviar porque isso é mesmo muito importante! 🙂
      Acho que é só isso. Qualquer outra dúvida, fique à vontade para perguntar!
      Continue visitando o blog!
      Abraços e boa sorte!

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  4. Daiana disse:

    Ola, como vai? Eu acabei de produzir algumas obras e meio que estou perdid em relacao a registra-la. No caso eu terei de manda-las com as capas ilustradas? A encardenacao pode ser como um caderno (capa de plastico e molas)? Ajude-me, por favor.

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    • Karen Alvares disse:

      Olá Daiana! Tudo bom e você?
      Então, vamos lá. Você não vai precisar enviar nenhuma ilustração de capa nem nada: apenas o livro impresso e encadernado. Você só vai enviar ilustração se for ilustradora, aí você pode enviar as ilustrações em separado. Caso contrário, se for apenas um livro mesmo (como foi o meu caso), basta apenas enviar o livro. A encadernação é a normal de papelaria (como você disse: capa de plástico e molas). Escolha capas sóbrias, em cores transparente ou no máximo preta, nada de capas coloridas.
      Depois você segue os passos que coloquei no post. E não deixe de assistir o vídeo que coloquei junto, da autora Lycia Barros, é de grande ajuda também!
      Se precisar de mais ajuda é só falar. 🙂
      Beijão e boa sorte!

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  5. Sheila Costa disse:

    Eu fiz uma capa e contracapa em jpg para meu livro, tenho que imprimir para registro na Biblioteca Nacional EDA junto com o restante do livro?

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